O governo federal deve definir nos próximos dias se o horário de verão será retomado. A informação foi dada pelo Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que afirmou que a decisão final será do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O anúncio foi feito após uma reunião com autoridades do setor elétrico no Rio de Janeiro. O veredito sobre o tema deve ser divulgado ainda em setembro.
Motivações para a discussão
A ideia de reinstaurar o horário de verão voltou a ser discutida em meio ao cenário de estiagem que afeta o Brasil. A proposta é considerada como uma medida para economizar energia. Silveira destacou que o governo está analisando todos os possíveis impactos da mudança, incluindo os efeitos econômicos.
A proposta está sendo debatida pelo Ministério de Minas e Energia, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). O ministro também informou que outras entidades, como o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e outros ministérios, serão consultados antes que a questão seja encaminhada ao presidente Lula para a decisão final.
Recomendações e estudos
Um relatório recente do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apontou que o retorno do horário de verão seria viável e prudente, considerando o planejamento para os anos de 2025 e 2026. Segundo o estudo, o Brasil enfrenta uma estiagem grave, com os menores índices de chuvas registrados nos últimos 74 anos. Mesmo com o aumento de 5% na demanda de energia em setembro, o ministro garantiu que não há risco de crise energética.
Divergências entre setores
O retorno do horário de verão, no entanto, não é uma unanimidade. Especialistas e setores da economia divergem sobre a sua eficácia. De acordo com o economista André Braz, da Fundação Getulio Vargas (FGV), o impacto da medida pode variar entre os diferentes setores. O turismo, comércio e serviços podem se beneficiar com o horário prolongado de luz natural, enquanto indústrias e o agronegócio podem sofrer com a mudança, já que o ajuste nos turnos de trabalho pode afetar a produtividade.
Suspensão em 2019
O horário de verão foi extinto em 2019, durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, após estudos apontarem que os benefícios da economia de energia eram menores do que o impacto no relógio biológico da população.
Agora, o país aguarda a decisão do presidente Lula, que deve pesar os benefícios e os possíveis impactos para diferentes setores da economia.
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