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Empresa responsável pela antiga Transnordestina terá que pagar indenização para devolver ferrovias abandonadas

Foto do escritor: O Povo Vitória O Povo Vitória

Atualizado: 5 de fev.

FTL administra 4.238 km de trilhos no Nordeste, mas apenas 29% estão em operação


A Ferrovia Transnordestina Logística (FTL) está em negociações com o Governo Federal para a devolução de 3.001 km de ferrovias inoperantes, em um processo que envolve uma indenização bilionária. O acordo foi confirmado pelo presidente da empresa, Tufi Daher Filho, ao jornal Diário do Nordeste na última segunda-feira (27).


Atualmente, a FTL controla 4.238 km de trilhos no Nordeste, mas apenas 1.237 km estão em funcionamento, o equivalente a 29% do total. Um dos trechos ativos interliga o Porto do Mucuripe, em Fortaleza (CE), ao Porto de Itaqui, em São Luís (MA).


A malha ferroviária inoperante inclui um trecho que liga Fortaleza à região do Cariri, no Ceará, e se estende por mais de 2.500 km, passando pelos estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas, alcançando as capitais Natal, João Pessoa, Recife e Maceió.


Indenização bilionária e impactos regionais

O objetivo da indenização é destinar recursos à modernização da malha ferroviária ainda operacional, especialmente a conexão entre Ceará e Maranhão. O processo será analisado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e deve ser concluído até junho de 2025.


No entanto, o modelo de compensação financeira proposto pela FTL gerou preocupação entre setores políticos e entidades de trabalhadores. O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias do Nordeste (SINDFER-NE) alertou para possíveis prejuízos a Pernambuco e enviou uma carta à governadora Raquel Lyra cobrando que o estado reivindique uma parte da indenização para o trecho Salgueiro-Suape.


Segundo o sindicato, a proposta da FTL beneficia apenas o Ceará, enquanto Pernambuco, que já sofreu com o abandono da Transnordestina, ficaria sem contrapartida. O advogado Antônio Campos, autor de uma ação popular sobre o tema, classifica a negociação como “mais um ato lesivo ao patrimônio público”.


Pressão política e medidas judiciais

Diante das preocupações, o SINDFER-NE e Campos adotaram uma série de medidas:

  • Solicitação ao TCU de certidões sobre processos envolvendo a Transnordestina e a malha ferroviária nordestina.

  • Comunicação ao Ministério Público Federal sobre novos desdobramentos do caso.

  • Petições em ações judiciais contra a exclusão de Pernambuco do projeto da ferrovia.

  • Recurso ao Tribunal Regional Federal da 5ª Região, com julgamento previsto para 25 de fevereiro.

  • Acompanhamento da demissão de 14 funcionários vinculados ao sindicato, com a promessa de medidas na Justiça do Trabalho.


A mobilização ocorre no momento em que o ministro dos Transportes, Renan Filho, visita Pernambuco, o que pode ser uma oportunidade para que o governo estadual pressione por mudanças no acordo.


A disputa em torno da indenização da Transnordestina evidencia a histórica desigualdade na distribuição de investimentos ferroviários no Nordeste. Pernambuco teme que, mais uma vez, fique de fora de um projeto estratégico para o desenvolvimento regional.

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