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Foto do escritorO Povo Vitória

Estatais registram déficit de R$ 7,2 bilhões em 2024, o maior em mais de duas décadas

As empresas estatais brasileiras fecharam os primeiros oito meses de 2024 com um rombo de R$ 7,2 bilhões, o maior déficit desde 2002, conforme apontado pelo Banco Central em relatório divulgado nesta quinta-feira (10). Esse resultado negativo coloca pressão sobre as contas públicas e levanta questionamentos sobre a gestão das empresas controladas pelo governo federal e pelos estados.


O déficit é composto por prejuízos tanto das estatais federais, que acumularam R$ 3,3 bilhões no vermelho, quanto das empresas estaduais, que apresentaram déficit de R$ 3,8 bilhões. O impacto disso nas contas públicas é significativo, uma vez que o governo federal, por meio do Tesouro Nacional, pode ter que cobrir esses prejuízos com recursos que poderiam ser destinados a áreas como saúde, educação e infraestrutura.


As empresas estatais desempenham papéis estratégicos em setores como energia, transporte e comunicações, mas muitas delas enfrentam desafios de eficiência e gestão, o que tem gerado resultados financeiros insatisfatórios. O governo federal já vem adotando uma postura de revisão das operações dessas empresas, mas até o momento, medidas mais drásticas, como privatizações, têm sido evitadas.


Especialistas apontam que o aumento do rombo nas estatais pode comprometer a meta fiscal do governo de zerar o déficit público em 2024 e 2025. O economista Bruno Gonçalves, da Universidade de São Paulo (USP), avalia que o resultado das estatais é um sinal de alerta para a necessidade de reformas estruturais nessas empresas. “O governo precisa adotar uma postura mais firme quanto à governança dessas empresas. O déficit bilionário pode inviabilizar o equilíbrio fiscal prometido pela equipe econômica”, afirma.


Entre as estatais com maior impacto no déficit estão empresas de energia e saneamento, principalmente em estados que enfrentam problemas de arrecadação e gestão. As dificuldades para equilibrar receitas e despesas são um desafio constante para essas empresas, que muitas vezes dependem de repasses do governo para manter suas operações.


O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem buscado soluções para reduzir o impacto do déficit das estatais no orçamento federal. Em recente entrevista, Haddad destacou que o governo está comprometido com a busca por maior eficiência na gestão das empresas públicas, mas reconheceu que os resultados de curto prazo ainda são desafiadores. “Estamos implementando medidas para reverter esse quadro, mas é preciso reconhecer que a situação é complicada e demanda atenção”, afirmou o ministro.


A situação das estatais brasileiras coloca em evidência a necessidade de reestruturar as operações dessas empresas e melhorar sua eficiência, sem comprometer os serviços essenciais que prestam à sociedade. Ao mesmo tempo, o governo precisa encontrar um equilíbrio entre manter o controle público em áreas estratégicas e garantir que essas empresas não sejam um peso excessivo para os cofres públicos.

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