Kevin Strickland, agora com 62 anos, foi condenado em julho de 1979, quando tinha apenas 18
Um homem foi libertado da prisão nesta terça-feira, nos Estados Unidos, após um juiz anular a condenação por três assassinatos de 1978, ressaltando esta foi uma das sentenças injustas mais longas na história do país. Kevin Strickland, agora com 62 anos, foi condenado à prisão em julho de 1979, quando tinha apenas 18.
“Não há como me devolver esses 43 anos”, disse Kevin ao "The Star", jornal local que realizou uma investigação em setembro de 2020 visando a provar a inocência dele. “Eu perdi minha vida”.
Kevin se tornou o primeiro réu do condado de Jackson, no estado de Missouri, a ser condenado à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional por 50 anos. Ao ser solto, ele não tem direito à indenização. Por isso, foi criada uma vaquinha online para ajudá-lo com despesas básicas. Segundo o "The Star", foram arrecadados cerca de US$ 37 mil (R$ 208 mil).
Ainda em 1979, um homem se declarou culpado às autoridades e insistiu que Kevin, já condenado, era inocente. Mesmo com relação às provas, não havia qualquer evidência que indicasse participação de Kevin. Nenhuma das impressões digitais coletadas na cena do crime e na arma eram dele.
Além disso, a única testemunha, cujo depoimento foi imprescindível no julgamento, manifestou, em 2009, sua vontade por retratar sua declaração por acreditar que contribuiu para prender a pessoa errada. Segundo a família dela, essa situação a perturbou até sua morte, em 2015. Os parentes acreditam que a testemunha, ainda jovem, tenha sido pressionada por investigadores a confirmar a identidade do suspeito.
Conforme a história veio à tona em 2020, a promotoria decidiu revisar o caso há cerca de um ano. A investigação foi refeita e, em maio, o escritório do promotor Jean Peters Baker admitiu que Kevin Strickland era inocente pelos três assassinatos de 25 de abril de 1978 em Kansas City. Baker apresentou então um pedido à justiça pela anulação da condenação contra Kevin, bem como sua libertação imediata. Por fim, a demanda foi acatada pelo juiz James Welsh. Para tornar isso possível, porém, o "The Kansas City Star" explicou que foi fundamental uma lei que entrou em vigor em agosto, que permite promotores locais a entrarem com moções desse tipo.
Fonte:https://oglobo.globo.com/mundo/homem-libertado-da-prisao-nos-eua-apos-justica-reconhecer-condenacao-injusta-de-42-anos-atras-1-25289156
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