O Serviço Geológico do Brasil (SGB) anunciou, nesta quinta-feira (6), que as probabilidades de cheias severas nos rios Negro, Solimões e Amazonas são baixas até agosto de 2024. O 3º Alerta de Cheias do Amazonas, realizado pelo SGB, é a última atualização do período de cheias que começou em outubro de 2023.
Os dados, coletados pela Rede Hidrometeorológica Nacional, incluem informações dos sistemas de alerta em Manaus (Rio Negro), Manacapuru (Rio Solimões), Itacoatiara (Rio Amazonas) e Parintins (Rio Amazonas). Essas regiões abrigam cerca de 8 milhões de pessoas em 84 cidades.
Para Manaus, a previsão média da cheia é de 26,88 metros, abaixo da cota de alerta de 27 metros, com 52% de probabilidade de ultrapassar essa cota e atingir uma máxima de 27,38 metros. Em Manacapuru, a cota média ficou em 17,79 metros, com uma máxima de 18,22 metros, ligeiramente acima da cota de alerta de 17,70 metros.
No sistema de Itacoatiara, a previsão média é de 12,40 metros, com uma máxima de 12,64 metros, ambas abaixo da normalidade, com menos de 1% de probabilidade de inundação severa. Em Parintins, a média ficou em 7,17 metros, com uma máxima de 7,29 metros, bem abaixo da cota de alerta de 8 metros.
Gustavo Ribeiro, pesquisador do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), destacou que a previsão para o trimestre de junho a agosto indica chuvas dentro da normalidade. Apenas a região sul da bacia do Amazonas, no Rio Madeira, tem previsão de baixos volumes de chuva, enquanto o extremo norte deve registrar precipitações acima da média.
Renato Senna, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), explicou que a redução significativa no volume de água na região foi influenciada pelo El Niño e um aquecimento atípico do Oceano Atlântico Tropical Norte. “Estamos há 12 meses com precipitação abaixo da climatologia em quase toda a Bacia Amazônica”, disse Senna.
Com a perspectiva de atuação do La Niña a partir de outubro, que deve favorecer chuvas na região, a pesquisadora do SGB, Jussara Cury, alertou para o período de vazante, que preocupa devido aos baixos volumes de chuva. "Todo o mercado, todo o abastecimento, todos ficam preocupados se vai passar navio, ou não”, afirmou Cury, destacando a dependência das cidades do transporte fluvial.
Comparando com anos anteriores marcados por El Niño seguido de La Niña, Cury chamou atenção para a região do Rio Madeira, em Porto Velho (RO), e para Itacoatiara (AM), onde o volume de água permanece abaixo da normalidade, com tendência de diminuição nas chuvas.
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